terça-feira, setembro 20, 2011

Me encontre morta. Te deixo o endereço no espelho do banheiro.

E de tanto apanhar e cair e se quebrar toda e chorar e se foder. A gente cansa! A gente pensa que vai morrer mas não morre. E pensa em como seria o velório. E pensa quanto tempo levaria até as pessoas esquecerem e seguirem suas vidas sem lembrar que quem já foi fez parte dela. E quanto tempo levaria até a próxima piada. E pensa a noite inteira. E no dia seguinte tenta juntar forças pra fazer de verdade. Colocar essa porra em prática por que você já não aguenta mais. E depois pensa que é um puta de um ser humano idiota por tá pensando nessas merda. E depois reflete e acaba sem saber quem é mais corajoso, o que enfrenta a vida ou quem manda ela tomar no cú.
E eu. Penso e repenso e trepenso em todas as merdas cabíveis (e as não cabíveis também) quando a corda no pescoço puxa. E penso tudo de novo. Em pular e deixar o pescoço quebrar (ou não) e sofrer até parar de respirar. E depois me odeio e me mato tentando sobreviver ficando na ponta dos pés por mais um pouco de ar. Vê se pode. Garota idiota. Fala tanto e não faz nada. Se fode e não fala nada. Leva na cara e nas costas e não fala nada. Tá fazendo o que aqui minha filha? Por que gente não é só água pra ficar chovendo antes de dormir. Gente é voz também. Então grita, garota idiota. Grita pra não morrer. Ou então escreve pra não gritar e ganhar mais um pouquinho de ar.




PS1: Isso é um pouco antigo e tava nos meus rascunhos.
PS2: O texto foi feito num momento não muito bom (péssimo) em que se pensar nas maiores merdas da história da privada não era a única, mas a menos dolorosa opção.
PS3: E é isso ae!

2 comentários:

Mila disse...

é intenso, é doloroso, mas é bom. Parece mesmo que você é capaz de externalizar sentimentos escrevendo. Isso é um dom.

Gabriela Freitas disse...

já falei, repito, você me lembra a Tati Bernardi.
desculpa a ausência, sumi daqui, sumi da vida, estou voltando.