sexta-feira, setembro 02, 2011

Elena

Elena  vivia naquela ideia de encontrar o amor, correr atras do amor, viver um amor. Mas quando ela encontrou o amor, foi enganada. Era um amor desses de camelô. Na primeira queda, batida ou imprevisto quebrava e não tinha mais jeito. Pois é. Não fez nem um mês e quebrou. Daí já era. Perdeu. Não tem mais jeito. Sem conserto. E Elena chorou. Não. Elena choveu. Por dias. Por meses. E se bobear ainda chora. Mas Elena sobreviveu e ninguém nunca nem chegou a imaginar o quanto Elena sofreu. Com toda a dor do amor de camelô, Elena ainda sorria. E assim conseguiu fazer todo mundo acreditar que estava bem. Mas Elena não se lembrava como era estar bem.
Elena viajou. Paris, Itália, Londres, Nova York e depois voltou. Comprou um apartamento e resolveu seguir em frente dali, de onde tudo começou. Não mudou seu caminho para o trabalho, e ainda almoçava na casa dos pais aos domingos. E foi no transito que Elena conheceu Marcelo. Ele a fechou num cruzamento, olhou-a, achou interessante, deu um meio sorriso e foi embora. Elena sem jeito retribuiu com a outra metade do sorriso e foi embora também. Depois só voltaram a se encontrar no elevador do prédio. Descobriram que foram vizinhos, estudaram na mesma faculdade. Mas só foram se conhecer num cruzamento. Marcelo diz que agora vão recuperar o tempo perdido. Elena gosta do que ouve e sorri. Logo Elena que andou tanto, em círculos, parou no mesmo lugar de onde partira. Encontrou o que queria.

Um comentário:

Gabriela Freitas disse...

e como é bom encontrar o que queremos.